A noite densa instalou-se, fazendo-se anunciar nas asas de seda de uma coruja que acariciava a distância entre a orla das árvores e a torre do sino da igreja...
A Lua pintava o cemitério de uma luz difusa e omnipresente, banhando-Te a pele branca com o seu suave leite nocturno...
Olhavas inquieta, deitada na relva fresca e aromática, as mi! E uma estrelas que furavam um céu limpo e vestido de veludo azul..;
Tinhas todos os Teus sentidos alerta, vias o infinito, ouvias a brisa nas folhas, lambias o gosto que Eu Te deixara na boca, cheiravas as folhagens profundas do bosque e tinhas as mãos cravadas na terra fresca...
Ainda arfavas, mas os Teu peitos, nus, tensos e reluzentes, começavam a abrandar, cada vez mais compassados e embalados pela calma surrealista de todo aquele cenário...
Se Eu não tivesse desaparecido e permanecesse ali um pouco mais, para ver a oferenda das Tuas curvas rendidas ao céu, poderia conseguir sentir como ainda cheiravas a excitação, como ainda trazias no olhar desperto o aroma de um forte e envolvente orgasmo que ainda estava a acabar de morrer, compassadamente, por todo o Teu corpo abaixo...
Mas Eu estava um pouco distante, observador descontraído na torre da velha igreja e captava-Te apenas no todo, despreocupadamente exposta à lua, a morrer de uma saciada luxúria, a distanciares-Te, náufraga da tempestade de sensações por que passaras, nas garras, nos dentes e no Sexo do Vampiro Sexual !!!
Acariciei a sábia coruja e parti, deixando-a sozinha a ver-Te dormir o Teu sonho saciado...
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